Nos últimos anos, por tudo que aconteceu nesse início de temporada, o clássico deste domingo era o que trazia mais esperança de vitória para os santistas: pelas boas atuações de janeiro, jogadores que voltaram de empréstimo jogando bem, novas contratações se encaixando, e pelos problemas do Corinthians, eliminação da libertadores, a saída conturbada de Roberto Carlos e a aposentadoria do mito Ronaldo. Mas além do adversário que apesar dos problemas é um ótimo time, havia um outro empecilho: a teimosia e as invenções de Adilson Batista.
Pra começar, os jogadores que vieram do sub-20, principalmente Neymar e Danilo estavam esgotados já para o jogo da libertadores, e jogaram todo o jogo. E para piorar, foram escalados como peças fundamentais do esquema que o técnico montou para esse jogo. São jovens, com menos de 20 anos, mas são seres humanos, que tem músculos e necessitam de descanso sim.
Outra coisa meio "sem noção" que o treinador vem fazendo, é a insistência com Diogo no ataque santista. Ele é bom jogador, mas não joga bem há muuuuuito tempo, na época de Flamengo não fez uma atuação boa. No Santos, fez um jogo razoável contra o Noroeste e virou o dono da 9 sem maiores restrições. O pior disso é saber que ficam no banco dois jogadores que vem fazendo temporada infinitamente melhor que Diogo: Zé Love e Maikon Leite. O primeiro, fez uma força enorme pra seguir na vila, voltou jogando muita bola contra o Noroeste e de uma hora pra outra vai para o banco. Já o Maikon, artilheiro do campeonato, foi poupado num jogo contra o Santo André e não voltou mais para o time. Entrou hoje alguns minutos com a missão de resolver o jogo e não pode fazer muita coisa pela bagunça que virou a equipe depois das alterações.
Falando sobre o jogo em si, o Corinthians foi infinitamente superior, como vem acontecendo nos últimos clássicos, e mereceu muito a vitória. Fábio Santos, Jorge Henrique e Liedson foram muito bem e foram os pilares da boa atuação do time. Aos 23 do 1º tempo, o lateral ex-Grêmio bateu falta com força e perfeição no ângulo de Rafael, abrindo o placar para o time da casa.
O Santos foi pra cima e empatou a partida aos 40; após chute prensado, a bola voltou para o meia Elano que mandou uma pancada na gaveta. Golaço para empatar o jogo no Pacaembu, e manter a esperança dos pouco mais de 2.000 santistas que compareceram à partida.
Na volta do segundo tempo, o time da vila voltou pressionando mais. Adilson mexeu no time colocando o volante Adriano Pagode (que não devia ter saido) no lugar de Possebon que já estava amarelado. Danilo já cansado, dava espaços na defesa e em um desses espaços, deu problema: Dentinho fez jogada individual, invadiu a área e foi derrubado por Adriano. Pênalti indiscutivel, batido pelo lateral Fabio Santos, que fazia seu segundo gol na partida.
Daí o que se viu foi um Santos desorganizado partindo pra cima e deixando espaços na defesa. As entradas de Maikon Leite e Zé Love nos lugares de Robson e Danilo surtiram pouco efeito ofensivo e muito efeito defensivo. Aos 41, Num desperdício de bola de Diogo que pouco fez na partida, Ralf tomou a bola e lançou Liedson, que incrivelmente livre, saiu na cara do gol e por cobertura, selou a vitória corinthiana por 3 a 1.
A vitória no clássico colocou o Corinthians na segunda colocação com 19 pts, atrás do lider Palmeiras, com 20. Já o Santos caiu para a quarta colocação com 18 pts. No próximo sábado, o Corinthians enfrenta o Grêmio Prudente, no Pacaembu, às 18h30. O Santos volta à vila belmiro também no sábado, no mesmo horário, e recebe o São Bernardo, com os desfalques por suspensão de Possebon e Edu Dracena.
Considerações
- Sistema defensivo santista continua irregular, com zagueiros lentos e laterais marcando mal. Com os inúmeros erros de passes, a defesa sofreu ainda mais com o rápido ataque corinthiano.
-Neymar foi muito mal nesse jogo, pouco criou e quando o jogo ficou ruim para o Santos, apareceu muito pouco na partida. O cansaço é visível, mas se esconder do jogo não dá
-Adilson foi péssimo na escalação inicial com Diogo de "9", função que o jogador é razoável, e horroroso nas alterações, colocando jogadores que deveriam ser titulares, mas abrindo o time e bagunçando o meio-de-campo santista.
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